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Doenças Inflamatórias Intestinais

  • Foto do escritor: Josiane Fischer
    Josiane Fischer
  • 14 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

São duas doenças: a Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn. A Retocolite Ulcerativa (RCU) envolve somente o Intestino grosso, já a Doença de Crohn pode envolver qualquer componente do trato gastrointestinal desde a boca até a região perianal.

A causa é pouco conhecida, mas se sabe que tanto a genética como a resposta imune e a microbiota intestinal tem seu papel na gênese da Doença Inflamatória Intestinal (DII).

Evidências indicam que as DIIs são provocadas por uma resposta imune desregulada contra as bactérias da luz intestinal e/ou seus produtos. Por sua vez, as bactérias intestinais que compõem o microbioma intestinal das pessoas com DII estão alteradas, tanto na sua composição quanto na sua função.

A incidência das DIIs vem crescendo, inclusive no Brasil. A maioria dos pacientes iniciam com sintomas dos 15 aos 30 anos de idade. Com um possível segundo pico dos 50 a 80 anos.


Fatores de Risco:



Alguns fatores de risco têm sido associados ao aumento de risco para as doenças inflamatórias como o tabagismo, a alimentação rica em gordura animal e de ácidos graxos poliinsaturados e privação do sono. Enquanto uma dieta rica em fibras e um maior consumo de ácido graxos ômega-3 diminui o risco das DIIs.

O uso de antiinflamatórios pode aumentar o risco de desenvolver DII, mas o risco é pequeno.


Doença de Crohn:


A inflamação vai além da mucosa do intestino, penetra a parede (transmural) provocando áreas de estreitamento com sintomas de obstrução intestinal. A inflamação transmural também pode provocar microperfurações com fístulas do intes


tino para a pele. Envolve principalmente o íleo (parte final do intestino delgado) e parte inicial do intestino grosso (cólon direito). Intercala partes normais do intestino com partes afetadas pela doença.

Os principais sintomas são dor abdominal, diarreia com ou sem sangramento, fraqueza e perda de peso.

A inflamação transmural do intestino na doença de Crohn é associada a formação de fístulas e abscessos. As fístulas podem conectar o intestino a bexiga, a pele, ao próprio intestino ou a vagina.

Pode haver envolvimento oral com a presença de úlceras aftosas, esofágico com dor para engolir, gastroduodenal com dor abdominal superior, náusea e vômito após a alimentação.

Malabsorção: a má absorção dos sais biliares pode se apresentar com diarreia aquosa o que pode levar a desnutrição calórica, a hipocalcemia e deficiência de vitamina B12 e doença óssea.

Outros órgãos podem ser afetados (manifestação extraintestinal): Artrite, olhos, pele, fígado, pulmão.

O diagnóstico é estabelecido por exames de imagem, colonoscopia e biópsia. Exames laboratoriais complementam a avaliação para estabelecer a gravidade.

O curso da doença é variável: alguns pacientes apresentam uma doença contínua e progressiva, em outros ela pode entrar em remissão por um longo período.

O tratamento da Doença de Crohn é baseado na gravidade de cada caso, vai desde corticoides, 5-aminosalicilatos (sulfassalazina, mesalazina), imunomoduladores (azatioprina) a terapia com biológicos (como o infliximabe).


Retocolite Ulcerativa:

Doença inflamatória crônica com períodos de recaídas e remissões de inflamação da mucosa do intestino grosso. Acomete sempre o reto e geralmente as outras porções do intestino grosso como sigmoide, cólon esquerdo, cólon direito - de uma forma contínua.

Os pacientes geralmente apresentam diarreia com sangue junto com dor abdominal em cólica, urgência evacuatória e dor no reto. Também podem ter perda de peso e fraqueza. Como na Doença de Crohn, outros órgãos também podem ser afetados, atenção para o fígado que pode apresentar inflamação nos canais biliares – Colangite Esclerosante Primária.

O diagnóstico é feito através da colonoscopia com biópsias.

O curso e o tratamento da doença dependem da gravidade de cada caso. Pacientes que tem somente inflamação do reto, tratamento só com supositórios e enemas é o suficiente, enquanto pacientes com doença extensa – todo o intestino grosso – necessitam de tratamento sistêmico (corticoides, mesalazina ou biológicos) e têm risco de colectomia. Podem ocorrer complicações como perfuração intestinal, estenoses e câncer de intestino.

Tanto a Doença de Crohn como a Retocolite Ulcerativa não possuem cura, mas podem ser controladas com tratamento de manutenção e visitas regulares ao médico especialista.

 
 
 

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