Esteatose Hepática
- Josiane Fischer
- 25 de out. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de fev.

Há dois tipos:
Relacionada ao abuso do álcool
Ralacionada a Síndrome Metabólica
Nesse artigo falaremos sobre a relacionada à Síndrome Metabólica.
A esteatose hepática relacionada ao metabolismo é muito comum, chega a atingir 20% da população brasileira e está associada aos seguintes fatores de risco:
Resistência à insulina e Síndrome metabólica:
Obesidade/Sobrepeso
Diabetes
Colesterol/ triglicerídeos elevados
Hipertensão
Sedentarismo
Outros:
Medicamentos: amiodarona, tamoxifeno, corticoide
Anabolizantes
Hepatite C
Ovários policísticos
Hipotireoidismo
Síndrome da Apnéia do Sono
A esteatose hepática é a deposição de gordura no fígado.
Cerca de 20% das pessoas com esteatose desenvolvem uma inflamação - a esteatohepatite. A esteatohepatite com o tempo pode levar à fibrose hepática. Essa fibrose vai substituindo o tecido normal do fígado, progredindo até chegar à cirrose hepática, que é quando a função do fígado já está comprometida. É a presença da fibrose hepática que vai aumentar o risco de evolução da doença para cirrose e para câncer no fígado. Importante salientar que quem tem esteatose tem maior risco de apresentar doença cardiovascular como infarto e derrame. Diagnóstico: O diagnóstico da esteatose geralmente é feito por meio de um exame de imagem como a ultrasson de abdomen total.
Para a avaliação da gravidade da esteatose é necessário exames laboratoriais como as provas de lesão e função hepáticas, perfil lipídico, glicemia e exames para descartar outras doenças associadas a esteatose como a hemocromatose e a hepatite C.
Faz parte da avaliação diagnóstica da esteatose a definição do grau de fibrose hepática que pode ser feito pelos seguintes métodos:
marcadores não invasivos (cálculos utilizando idade, níveis de TGO e TGP e plaquetas)
Elastografia hepática
Biópsia hepática
No futuro teremos também marcadores genéticos nos auxiliando a diagnosticar as pessoas com maior risco de cirrose e câncer hepáticos.
Tratamento:
O tratamento da esteatose requer uma equipe multidisciplinar com Gastroenterologista / Hepatologista, Endocrinologista, nutricionista e educador físico porque o principal foco é o tratamento da síndrome metabólica e da resistência à insulina onde a perda de peso tem o papel principal.
É necessária uma mudança de hábitos com dieta e exercícios físicos.
A dieta mais estudada na esteatose hepática é a Dieta Mediterrânea: uma dieta baseada no maior consumo de peixes, legumes e frutas, e diminuindo o consumo de carboidratos simples e carne vermelha.
A atividade física deve ser realizada 5 x na semana por 30 min ou 90 min 3 x semana com atividade aeróbica e musculação.
Medicamentos só estão indicados no tratamento da esteatohepatite e as drogas mais estudadas são a pioglitazona e a vitamina E. Desde 2022 os agonistas do GLP-1 como a liraglutida (Victoza) e a semaglutida (Ozempic, Wegovy) estão indicados no tratamento da estetose no paciente com sobrepeso/obesidade.
Nos pacientes com obesidade grau II e III que não respondem ao tratamento clínico a cirurgia bariátrica pode ser uma opção terapêutica.
Nos casos de cirrose avançada o único tratamento disponível é o transplante hepático.
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